
AVISO - se alguém quiser participar o jogo está em aberto. passem por lá e enviem e-mail ao Eremita.
Luz
Na luz da manhã a criança vê a luminosa silhueta da mãe, tal suave pluma, leve pena, dobrar-se sobre os canteiros, afastar e colher ervas daninhas que abafam as cintilantes flores que sob as gotas do matinal orvalho semelhando viva, colorida e mágica tapeçaria animada por pirilampos.Na sua inocência e pureza a criança só capta o amor que sente irradiar, vibrando forte no ar, entre ambos, bem como entre a mãe e aquele pequeno universo de cores e odores.Desconhece ainda a vulnerabilidade da vida humana pelo que não reconhece a vulnerabilidade da mãe, de onde, pouco depois, a vida se esvaziou.
Hoje, homem feito, o Juiz Conselheiro, regressa ao temp(l)o do jardim, ao temp(l)o da pureza e do amor incondicional que lhe foi ar, pão, leite, água…Tudo.
Busca força, reúne energias para, com sentido de justiça, lidar com a sistemática obstrução em que as meias verdades têm enredado o processo e as mentiras o têm inquinado…O processo sobre aquela violenta e feroz morte de que o homicida se ri e vangloria, transformado o monstro numa exponente figura dos mídia, dando entrevistas em tudo o que é jornal e revistas, aparecendo a toda a hora nos vários canais de televisão enquanto a vítima, retalhada, caiu no esquecimento das gentes, no circo em que a vida se transformou.