Queria ter colocado este post no dia 22, e assim festejar, à distância, mas partilhando também.
Acontece que dos mares passei aos..."ares".
Não, infelizmente não voo com asas minhas, mas com as dos aviões e seus potentes motores.
A empresa, manda e eu obedeço. Andarilha dos ares. Quando os dias terminam a exaustão é tanta, tanto ainda o trabalho a preparar para apresentações no dia seguinte que (quase) só uso o computador para trabalho.
Por esta razão o meu agradecimento ao Eremit@ por, ao criar o Jogo, me fazer "obrigar-me", pelo menos a isto: criar espaço, cada mês, para dar azo ao gosto pela escrita, pois de outra forma morria estupida. Só trabalho, trabalho e exaustivas reuniões e apresentações... aeroportos, e aviões.
Que das cidades por onde passo pouco vejo. Tal a pressão sobre nós.
O meu obrigada à organização do evento no Porto a quem pedi a guarda dos meus livros. Depois aviso-te TMara. Obrigada pelo esforço e carinho com que sempre me atendes.
E, para festejar convosco aqui deixo dois textos que não conheceis:
Um que fiz para o 6º Jogo das 12 Palavras e não enviei:
aprendi a COMUNGAR com a natureza, a viajar no AZUL do CÉU, a vogar num raio de SOL, a nascer cada MANHÃ como se fosse a primeira vez…
aprendi a natureza e o MODO AVASSALADOR da FUSÃO IMENSA, sem VULNERABILIDADE , SOBRESSALTO ou OBSTRUÇÃO com o todo de que somos minúscula partícula porque descobri um MÉTODO para AFASTAR todos os medos.
sentei-me ao LUAR à CONVERSA com a MORTE, EXPONENTE de todos os nossos humanos medos e aprendi que esta VIDA é uma parcela da nossa VIAGEM, e que muito TÈNUE é a LINHA divisória que as separa sendo o DISTANCIAMENTO entre ambas uma construção nossa para afastar o medo.
voltei a ser CRIANÇA, sabedor agora de que o CORPO é mera roupagem que se veste e despe quando necessário, que todos EMERGIMOS do LODO primevo do planeta e que a ÁGUA do MAR foi o nosso primeiro ventre materno e nela residem e sempre encontramos nossas mais antigas RAÍZES…
que vivemos por direito, não necessitando qualquer LICENÇA, pois somos ou devemos aprender a ser FAROL contra as SOMBRAS e as trevas. que todos somos CONSELHEIROS de nós mesmos, breves SILHUETAS nesta bela e densa TAPEÇARIA bela PENA dançando ao vento, ou suave gota de ORVALHO refrescando as FLORES para, cumprida sua missão, se evolar em VAPOR recomeçando o ciclo.
que degrau a DEGRAU fazemos nossa ascensão até ao ENVOLVENTE todo divino de que somos parte e dele nos deixamos INUNDAR pois, VERTICAIS e VARIÁVEIS NEFELIBATAS essa é nossa ambição suprema. o objectivo de cada vida e todo o MOVIMENTO é em sua função.
tudo isto aprendi, e mais…que partilhei com o mundo.
inesperada TEMPESTADE abateu-se sobre mim.
primeiro conheci o gosto amargo do OSTRACISMO no meu PAÍS. depois a indignidade de os ver VASCULHAR minha vida, do berço até agora… por último um grito ecoou: “LOUCURA _ como quem grita _ heresia)!
agarrado à força, submetido com injecções lançaram-me no INFERNO.
este ofuscante CASULO branco de CAL onde, com drogas, me transformaram em AMORTECIDO e ERODIDO ser. amostra de mim.
os braços dobrados pelo COTOVELO, amarram meu corpo pelas costas e pela primeira vez na vida a vergonha me toma e duas imensas ROSÁCEAS cobrem meu rosto.
vilipendiado nesta humilhante CAIXA pareço esquecido CHOCOLATE que um dia descuidada mão pegará…
...e outro, deste último Jogo, o 8º, que também ficou na gaveta/memória do computador:
sempre a esperança
com as MÃOS abertas, sem ALEIVOSIA nem COMISERAÇÃO, espalhei o UNGUENTO no velho e engelhado corpo que num acto de total MISTICISMO há décadas se isolara no longínquo EREMITÉRIO onde o SINCELO desenhava estranhas e belas formas. o SILÊNCIO, PRECIOSIDADE há muito por mim esquecida, alimentou-nos a ambos como PÃO. nele URDI uma reza, seguro de que um milagre iria acontecer e ante meus olhos a INFINITUDE da divina semente da vida se revelaria naquele ser tão frágil.